
O papel do processo de recrutamento e seleção é encontrar os profissionais certos para fazer o negócio crescer e se tornar um grande sucesso.
O RH é uma disciplina bastante ampla, formada por um grupo de subsistemas que visam gerenciar toda a jornada dos colaboradores desde a sua entrada até o desligamento. Na ponta inicial do RH está o processo de recrutamento e seleção, que nada mais é do que o conjunto de atividades que visa encontrar as pessoas mais adequadas para preencherem as vagas disponíveis na organização.
Uma contratação mal feita afeta a rotina de trabalho, as relações interpessoais e até mesmo as estratégias de mercado da empresa. Por outro lado, seguindo boas práticas e utilizando as ferramentas adequadas, o processo se torna um importante aliado do negócio. Mas quais seriam essas práticas e ferramentas e como aplicá-las? É o que você vai aprender neste guia!
Confira os conteúdos que serão abordados:
- O que é recrutamento e seleção?
- Quais são os benefícios de um processo bem estruturado de recrutamento e seleção?
- Quem são os profissionais envolvidos nesse trabalho?
- Como executar o processo de recrutamento e seleção?
- Quais são as técnicas de recrutamento e seleção?
- Quais são as últimas tendências em recrutamento e seleção?
- Afinal, como contratar a pessoa certa para uma vaga?
O que é recrutamento e seleção?
Recrutamento e seleção é o nome dado ao subsistema de RH que tem a função de atrair e escolher as pessoas mais indicadas para trabalhar em uma determinada vaga de uma organização.
É muito comum que esses termos sejam empregados juntos, como se fossem sinônimos ou atividade única. Porém, tratam-se de duas funções distintas, que se complementam e que dependem uma da outra para garantir maior eficiência. Vamos entender melhor cada uma delas a seguir.
Recrutamento
O recrutamento é o conjunto de informações, de procedimentos e de técnicas utilizados para atrair candidatos potencialmente qualificados para ocupar as vagas existentes em uma organização. A finalidade do recrutamento é trazer o máximo de profissionais possíveis, dentro das especificações necessárias.
Logo, estamos falando de etapas que envolvem a descrição das vagas, a divulgação nos canais pertinentes e o recebimento de currículos e aplicações. Até aqui, os analistas do RH não tomam nenhuma ação eliminatória ou classificatória.
Seleção
A seleção é a etapa na qual o profissional será escolhido para o preenchimento da vaga. Desde o início do recrutamento até o final da seleção, existem inúmeras ações e atividades que visam eliminar os candidatos que não se enquadram no perfil desejado e classificar aqueles com maior potencial.
Os critérios para fazer uma boa seleção são muito variáveis, conforme as características do cargo em questão. No processo de recrutamento e seleção — como um todo — são utilizadas diferentes ferramentas e táticas que tornam os resultados mais certeiros, como veremos em detalhes.
Quais são os benefícios de um processo bem estruturado de recrutamento e seleção?
As empresas que entendem a relevância do processo de recrutamento e seleção, colhem benefícios importantes tanto no curto quanto no médio e longo prazos. Entre eles, vamos destacar os mais impactantes para os resultados do negócio no mercado. Acompanhe.
Redução de custos
A redução de custos é sempre uma das metas de qualquer empreendedor. O uso das ferramentas e procedimentos adequados faz com que o RH gaste menos tempo e esforços no preenchimento das vagas. Os analistas conseguem gerenciar melhor a rotina e aumentar sua produtividade. Ao somar cada pequeno ganho, a diferença se torna ainda mais visível.
Fortalecimento da estratégia do negócio
A contratação de pessoas precisa estar alinhada com as diretrizes traçadas no planejamento estratégico da empresa. Isso envolve questões como fit cultural, habilidades, competências e capacidades técnicas das equipes que são formadas.
Um processo de recrutamento e seleção bem estruturado é capaz de encontrar os profissionais certos para os desafios que a organização se propôs a vencer.
Fortalecimento da cultura organizacional
Já que mencionamos o fit cultural, atualmente as pessoas estão em busca de empresas que compartilham dos mesmo valores que elas. Características como salário e área de atuação estão deixando de ser os principais pontos de decisão e a cultura organizacional tem ganhado um peso cada vez maior. Tudo isso tem início com a seleção, que precisa ser mais criteriosa e adotar metodologias específicas para proporcionar esse diferencial.
Redução do turnover
Em uma era na qual os jovens tendem a não se manter por muitos anos em uma mesma empresa, a retenção se transformou em uma das maiores dificuldades do RH. A melhor forma de mitigar o problema do turnover, é atacando uma das causas-raiz: falha na seleção. Um profissional bem contratado se mantém satisfeito com sua admissão por muito mais tempo e consegue se desenvolver e crescer internamente.
Quem são os profissionais envolvidos nesse trabalho?
O subsistema de recrutamento e seleção é amplo e envolve diferentes tipos de profissionais. Vamos abordar os principais, que aparecem na maioria dos processos de qualquer empresa.
Recrutador
O recrutador é o profissional responsável pela atração dos talentos do mercado para a organização. Para isso, ele deve utilizar de diferentes ferramentas e canais de comunicação, tais como as redes sociais, banco de currículos, parceria com faculdades entre outros.
Uma das práticas que tem surtido um efeito bastante positivo, é o trabalho de inbound recruiting. De uma forma simplificada, essa abordagem busca promover a imagem da empresa como um bom lugar para se trabalhar, criando nos profissionais do mercado uma vontade de fazer parte dela, mesmo antes de haver uma vaga específica.
Headhunter
O headhunter é um recrutador mais específico. Em tradução literal, o termo significa “caçador de cabeças”. Na prática, ele é especializado em encontrar pessoas para o preenchimento de vagas mais estratégicas. Elas podem ser de lideranças mais altas ou mesmo de técnicos mais especializados.
A principal característica desse tipo de profissional é que ele tem um conhecimento mais avançado sobre os requisitos do cargo em questão e tem uma boa rede de contatos. Em alguns casos, ele pode ser contratado pontualmente, por meio de uma empresa terceirizada ou consultoria independente.
Business partner
O business partner é o parceiro do negócio. Sua função no processo de recrutamento e seleção é garantir que as necessidades da empresa serão atendidas no que diz respeito à parte estratégica. Ele deve ser umprofundo conhecedor do negócio e estar bem próximo ao corpo gestor, que decide os rumos da organização.
É ele quem vai ajudar na definição dos cargos mais relevantes, dos pontos essenciais de cada vaga, das características que os candidatos devem preencher, além de como desenvolver as equipes para o atingimento das metas corporativas.
Analista de recrutamento e seleção
O analista de recrutamento e seleção é o profissional que está envolvido no processo como um todo. Ele presta apoio a todos os demais envolvidos, estabelece os contatos com os candidatos, dá os feedbacks, agenda as entrevistas e cuida de todo o operacional.
Psicólogo
O psicólogo é uma figura que nem sempre está presente nos RH das empresas, mas deveriam. Eles são capacitados para avaliar as condições psicológicas dos candidatos e colaboradores, não sob um ponto de vista clínico, mas de adequação à cultura da organização.
Esse profissional pode identificar, com muito mais propriedade, possíveis desvios de conduta ou sinais de que a pessoa não vai se adaptar à vaga no longo prazo.
Como executar o processo de recrutamento e seleção?
Até aqui, conhecemos um pouco mais sobre os conceitos que envolvem o processo de recrutamento e seleção, os benefícios que ele pode gerar e quem são os profissionais que atuam nele. Agora, vamos listar as etapas necessárias para ter um processo bem feito e gerar melhores resultados.
Planeje as vagas a serem preenchidas
Antes das etapas visíveis do recrutamento e seleção, é essencial compreender o contexto em três âmbitos: conhecer cada vaga especificamente, participar das decisões sobre novas vagas e ter clareza sobre provisão geral de novas posições na organização.
Conhecendo melhor as vagas
O primeiro aspecto significa conhecer a fundo a vaga que será preenchida e seus requisitos. Alguns dados são muito relevantes, como:
- formação;
- habilidades técnicas;
- competências;
- perfil comportamental.
Para isso, o ideal é que essas informações sejam alinhadas com o gestor da área que solicita a vaga. Por mais que o RH tenha o domínio sobre as atividades do processo e conheça bem a vaga, é o demandante quem vive a rotina do setor. É ele que sabe os detalhes que vão fazer a diferença e determinar quais fatores são os mais relevantes para aquela vaga em específico.
Entretanto, todo esse conhecimento técnico não é suficiente para que uma vaga seja bem-descrita pelo líder. O papel do RH, nesse momento, é de dar apoio para que ele possa evoluir como gestor de pessoas. Assim, ele vai se familiarizar com os principais termos do vocabulário do RH e transmitir suas necessidades de forma mais clara.
Esse desenvolvimento também faz parte do papel estratégico de capacitar e empoderar os líderes para fazerem a gestão de pessoas de suas respectivas áreas.
Participando das decisões sobre a abertura de vagas
O segundo âmbito do planejamento é a participação do RH na decisão sobre a abertura de uma vaga. Não faz sentido que o RH simplesmente execute as demandas de vagas que chegam de outras áreas, uma vez que essa é (ou deveria ser) a área que concentra e organiza informações sobre pessoas.
Munido desse embasamento, você deve ajudar a identificar se realmente há necessidade de criação de uma vaga ou se as necessidades do setor, na verdade, são outras. Uma área que não entrega todos os resultados pode vivenciar, por exemplo, uma queda de desempenho ou um conflito que tenha impactado na performance.
Não necessariamente a criação de novas posições é a solução e é papel dos profissionais de gestão de pessoas esclarecer essa decisão por meio de dados e informações concretos.
Tendo uma visão geral da provisão de vagas
Quanto ao terceiro âmbito, o cenário ideal é que o RH tenha um panorama de todas as vagas que serão abertas na empresa por um período. Assim, fica mais fácil se planejar para dar início aos processos seletivos no tempo adequado, sem viver em função das demandas de urgência, que devem ser esporádicas.
Defina as técnicas de recrutamento e seleção
Com um planejamento bem consolidado, a próxima etapa é definir quais métodos serão utilizados tanto para recrutar candidatos quanto para selecionar colaboradores.
Geralmente, as empresas têm algumas etapas básicas que são replicadas em todos os processos seletivos. Por exemplo, sempre divulgam a vaga no LinkedIn, fazem dinâmica e entrevista. Essa é uma estratégia interessante, mas também é preciso saber identificar quando usar técnicas diferentes e quais métodos podem enriquecer o processo.
As opções — tanto para o recrutamento quanto para a seleção — são diversas. Entraremos nessas possibilidades de etapas no próximo tópico, detalhando cada uma delas.
Além de pensar em quais etapas serão utilizadas, é importante definir quanto tempo será gasto em cada uma delas e acordar um prazo final para fechamento com o gestor. Também é importante verificar quais os investimentos financeiros serão necessários, se for o caso, e quais outros recursos serão utilizados.
Você pode, por exemplo, precisar do apoio da equipe de marketing na divulgação ou gastar recursos financeiros na aplicação de um teste psicológico. O importante é definir tudo isso com antecedência, para evitar imprevistos e não demonstrar desorganização.
Avalie os resultados
Muitas pessoas acreditam que o processo de recrutamento e seleção de pessoas se encerra com o preenchimento da vaga. Mas analisar e avaliar os resultados depois que a pessoa foi destinada ao seu cargo é uma etapa crucial. Ela serve para alimentar o próprio recrutamento e seleção de informações para que o processo seja cada vez mais eficaz.
Essa avaliação de resultados deve ser feita por meio de indicadores, que mostrarão pontos críticos do recrutamento e seleção e possibilitarão a melhoria contínua. Alguns dos indicadores interessantes de se acompanhar dentro desse subsistema são:
- tempo médio de fechamento de vagas;
- porcentagem de vagas fechadas no prazo;
- tempo de rampagem (em quanto tempo o colaborador selecionado alcançou a performance desejada, ou seja, quanto tempo levou para aprender o serviço, se adaptar e produzir bem);
- turnover (especialmente dos recém-contatados);
- tempo médio de permanência dos colaboradores selecionados;
- porcentagem de candidatos que vieram de cada canal de divulgação;
- engajamento dos candidatos nas etapas do processo;
- custo de contratação;
- porcentagem de propostas aceitas;
- performance de cada recrutador.
Se você ainda não analisa nenhum deles, reflita quais se aplicam à sua realidade e os colete de forma regular. Ao longo do tempo, conseguirá construir bases de comparação, estabelecer metas e refinar o seu processo de recrutamento e seleção.
Se você tem dúvidas sobre como definir esses indicadores, confira o vídeo que a Luiza Rodrigues, Especialista em Gestão Comportamental da Solides, preparou sobre esse assunto:
Quais são as técnicas de recrutamento e seleção?
Neste tópico, falaremos das etapas envolvidas na execução do recrutamento e seleção de pessoas e suas possibilidades. É importante ressaltar que essas não são as únicas etapas possíveis, já que sempre surgem novidades e tendências, mas reunimos as mais utilizadas atualmente.
Outro lembrete importante é que combinações diferentes de técnicas podem ser feitas para cada vaga. Podemos dizer que apenas a primeira etapa e a última são fixas, já que necessariamente temos que divulgar a vaga e contratar um colaborador para o objetivo ser cumprido. Quanto às demais etapas possíveis, só você é capaz de avaliar qual combinação será mais construtiva no seu processo seletivo.
Algumas vagas podem pedir mais agilidade, com um número restrito de fases, por exemplo. Outras, podem combinar mais com um processo seletivo mais detalhado e meticuloso. Conheça as opções para planejar e executar etapas coerentes e que trarão o melhor resultado.
Divulgação da vaga
Depois de um bom planejamento realizado, a primeira etapa prática, que faz parte da fase de recrutamento, é a divulgação a vaga. Para isso é preciso definir o público e o método.
Quanto ao público, o recrutamento pode ser:
- externo, ou seja captar candidatos de fora da empresa;
- interno, quando há a possibilidade de colaboradores de outras áreas se candidatarem;
- ou misto, quando os dois públicos são bem-vindos.
O recrutamento externo também pode ter especificidades de público, como no caso de vagas de estagiários – que exigem estudantes – ou de posições que tem como requisito determinada formação acadêmica.
Sabendo quem são as pessoas que você deseja atrair para o seu processo seletivo, é hora de fazer a informação sobre a vaga chegar até elas. Para isso, devemos usar canais inteligentes.
Se você deseja um público mais informal, aposte nas redes sociais. Se precisa de estudantes, divulgue direto em faculdades ou escolas. Para pessoas com determinada formação, envie a vaga para os conselhos profissionais e procure grupos em redes sociais. Use sua criatividade e estratégia para pensar onde está cada grupo.
É claro que muitas vagas são mais generalistas, de forma que as maneiras clássicas de recrutamento continuam válidas. Use o LinkedIn, portais de divulgação de vagas e aposte em recolher indicações de pessoas que já trabalham na empresa.
É recomendado ter como parceiro para essa primeira fase o time de marketing da sua organização. Eles terão orientações consistentes e podem te ajudar até a conhecer novas tendências para recrutamento e seleção, como o employer branding e o inbound recruiting.
Recepção de currículos
A próxima fase da execução de um processo seletivo é receber as aplicações dos candidatos. O método mais comum para essa etapa é receber currículos por email e analisá-los individualmente, trabalho que toma tempo do RH e pode se tornar bem desgastante.
Por isso, o método indicado é uma análise automatizada de currículos. Assim, você economiza tempo, envia respostas a todos os candidatos e faz um filtro confiável. Se você quiser saber mais sobre como fazer uma análise currículos certeira, confira o vídeo que a Lara Amorim, do time de Human Intelligence da Solides, preparou:
Entrevista por telefone
É extremamente comum que, ao início do processo, o recrutador ligue para o candidato com a finalidade de confirmar informações do currículo, verificar o interesse dele na vaga e validar requisitos.
Esse contato prévio é uma estratégia interessante para economizar tempo e promover todo o alinhamento necessário já no início do processo. Ele é especialmente indicado para vagas com requisitos muito gerais, sem um recorte específico.
Análise comportamental
Daqui pra frente, as etapas são bastante variadas. Falaremos primeiro da análise comportamental em função do seu potencial estratégico. Esse método se baseia na metodologia DISC para mapear as principais tendências de comportamento dos candidatos. A ideia é conhecer o perfil comportamental antes das etapas presenciais e fazer um processo seletivo mais direcionado, rápido e com altos níveis de acerto.
Essa perspectiva analítica — que denominamos de Gestão Comportamental — permite que façamos um recrutamento e seleção por competências, já que elas também são mapeadas na predição de comportamento. As competências podem ser de grande auxílio, inclusive, na etapa de definir requisitos da vaga e para trazer objetividade para a análise.

Testes psicológicos
Uma outra forma de tentar garantir ao máximo que o candidato escolhido terá as características necessárias para o cargo é buscar conhecê-lo por meio de testes psicológicos.
Embora esses testes também tenham o objetivo de conhecer as particularidades do comportamento dos candidatos, sua aplicação é mais limitada. Além da aplicação e correção de testes psicológicos serem restritas aos psicólogos, há outras diferenças importantes que podem afetar o resultado do processo.
Provas de conhecimento técnico
Da mesma forma que se mapeia o comportamento e suas tendências, pode ser interessante avaliar as habilidades técnicas de um candidato para um cargo. Costuma ser difícil avaliar esse tipo de capacidade apenas pelo currículo ou pela conversa, de forma que as provas se tornam ferramentas muito úteis.
Esses testes para o recrutamento e a seleção podem ser de questões específicas da função a ser exercida ou de um sistema que o candidato diz dominar, por exemplo. Embora tomem tempo para elaboração e correção, as provas práticas e teóricas trazem um resultado concreto do desempenho técnico do candidato e evitam erros mais comuns no recrutamento e seleção.
Saiba mais sobre os testes que podem ser aplicados nesse processo com as 5 dicas que separamos para você abaixo:
Dinâmicas de grupo
As dinâmicas de grupo são encontros que reúnem vários candidatos a fim de que seu comportamento em coletividade seja observado. Geralmente, é passada alguma tarefa para que as pessoas mostrem suas competências e sua forma de se relacionar, enquanto os avaliadores observam.
A principal vantagem desse método é a agilidade, já que é possível conhecer vários candidatos em pouco tempo. Lembra da entrevista inicial por telefone? Essa etapa de dinâmica também pode ser usada para uma breve apresentação coletiva e alinhamento de expectativas e interesses, o que traz bastante velocidade ao processo.
No que diz respeito à atividade que geralmente é passada para que os candidatos resolvam em grupo, é interessante pontuar que ela deve fazer sentido e instigar a participação. Assim, as pessoas se engajam na tarefa, agem com naturalidade e permitem uma análise real de suas características.
Mas é importante lembrar que essa análise é sempre limitada, porque a dinâmica ocorre em pouco tempo e as percepções dos avaliadores podem ter diversos vieses. É preciso tentar tomar consciência de todos esses atravessamentos para uma avaliação mais justa e correta.
A Isabella Furbino, do time de Human Intelligence da Solides, gravou algumas dicas sobre como fazer uma dinâmica de grupo eficaz no vídeo abaixo:
Simulação
Outra técnica que tem se tornado comum são as etapas de simulação ou de resolução de problemas. Geralmente, é passado um case aos candidatos, que devem resolvê-lo tecnicamente em casa e apresentar a solução em um encontro presencial.
Esse encontro pode ser feito individualmente ou em grupos menores e permite tanto a avaliação de habilidades técnicas quanto a capacidade de apresentação e a postura.
Entrevista individual
Entre as técnicas para se conhecer as soft skills e características de candidatos, não poderíamos deixar de citar as entrevistas individuais. Elas têm sido feitas de forma presencial ou remota e são um espaço para aprofundamento. O ideal é que ela esteja ao final dos processos seletivos, em razão do tempo gasto e da logística.
Nesses encontros, é hora de conhecer a história do candidato, fazer perguntas sobre as suas experiências profissionais e vivências marcantes e também de tirar suas dúvidas. O ideal é que seja um ambiente amigável e confortável, embora você possa fazer perguntas desafiadoras.
As entrevistas individuais podem ser realizadas pelos profissionais de RH, pelo gestor da área ou por ambos. É ideal que o candidato sempre passe pelo futuro líder, com quem ele trabalhará diretamente. A avaliação do setor de gestão de pessoas, no entanto, é essencial para garantir que os gestores façam análises coerentes.
Proposta para o candidato
Você já conheceu a maioria das estratégias usadas no recrutamento e seleção, fez sua combinação de etapas e chegou ao candidato escolhido. Para encerrar, é necessário fazer a proposta de emprego ao candidato explicitando as condições de trabalho, salário, jornada, benefícios e outras informações importantes.
Clareza é fundamental nessa etapa, até por motivos éticos. Muita gente escolhe trocar de emprego e, para isso, precisa se embasar em informações confiáveis. Dê preferência, inclusive, para canais de comunicação formais, como o e-mail, para que tudo fique registrado.
É importante que a proposta seja coerente com as expectativas do colaborador e possibilidades da empresa. Por isso, é importante acertar pretensão salarial em etapas anteriores, por exemplo, para evitar de selecionar um candidato que não poderá ser contratado ao fim da seleção.
Também pode acontecer de o candidato escolhido não aceitar a proposta e, nesse caso, o ideal é retornar às últimas etapas da seleção ou já ter os finalistas ranqueados como precaução.
Caso o candidato aceite a proposta, falta apenas pensar na sua chegada na empresa. Além dos ajustes legais, como assinatura da carteira e exame médico, que geralmente ficam por conta do departamento pessoal, é importante fazer uma recepção motivante e adequada.
Um bom onboarding significa acolher o novo colaborador, integrá-lo à equipe e à cultura e treiná-lo adequadamente. Com ele, finalizamos com maestria a execução de um processo de recrutamento e seleção.
Quais são as últimas tendências em recrutamento e seleção?
Como falamos no início do guia, além de conhecer os conceitos e possibilidades básicas do recrutamento e seleção, é preciso sempre estar por dentro das tendências. Acompanhar as necessidades das pessoas e das organizações é crucial para proporcionar otimização para RH. Por isso, selecionamos algumas das principais formas de inovar quando se trata desse assunto.
People Analytics
A primeira tendência é o People Analytics, prática cada vez mais falada entre os profissionais de RH. Esse termo não diz respeito a uma ferramenta específica e nem a um software, e sim a uma forma de analisar dados sobre pessoas para tomar decisões mais acertadas.
Neste artigo explicamos como usar o people analytics no recrutamento e seleção, que é um de seus principais usos. Não deixe de conferir!
Inteligência Artificial
O uso da inteligência artificial também tem sido uma grande tendência e consiste, no contexto dos processos seletivos, em contar com os chatbots para ajudar na divulgação de vagas e na triagem de candidatos. Já pensou não precisar mais fazer aquele contato inicial com um número grande de candidatos e deixar um robô inteligente fazer por você?
Além dessa automação em entrevistas iniciais, os softwares com machine learning são capazes de fazer o cruzamento de informações para tornar a análise dos candidatos ainda mais completa e aprofundada. Os mais robustos e inteligentes conseguem captar dados de redes sociais e traçar um perfil comportamental mais rico e confiável.
Do ponto de vista dos candidatos, a experiência de ter a sua avaliação feita de forma mais moderna e tecnológica mostra o quanto a empresa se preocupa em se manter atualizada no mercado. É um ponto positivo para ela ao mesmo tempo em que proporciona uma vivência diferenciada para cada pessoa que se candidata.

Criatividade nas etapas
Apesar da tecnologia ser uma grande aliada do RH e tendência atual para o setor, é possível inovar no processo de recrutamento e seleção de outras formas. Ter criatividade nas etapas, saber personalizá-las para sua empresa e cada vaga é uma dessas maneiras.
Nesse cenário, vale a pena conhecer mais sobre a avaliação de fit cultural em um processo seletivo, pensar na possibilidade de fazer etapas em que os candidatos enviam vídeos, trazer outras pessoas além dos gestores para participar das seleções e investir em gamificação, por exemplo.
Todas essas são grandes tendências, que podem ser aplicadas por empresas de porte e maturidade diversos, além de serem variadas com relação ao investimento necessário. Ou seja, tem opção para todos e acabaram as desculpas para fazer sempre o mesmo!
Funil comportamental
Por fim, citaremos uma última tendência sobre a qual já falamos aqui no guia: a utilização do mapeamento comportamental no recrutamento e seleção. Além de trazer os benefícios que já citamos, essa técnica permite que façamos um funil comportamental logo no início dos processos seletivos. O recrutamento e seleção por competências ainda orienta o desenho de cargos e traz informações interessantes tanto para a empresa quanto para os próprios candidatos.
Mônica Hauk fala um pouco mais sobre a importância de analisar o perfil comportamental dos candidatos neste vídeo:
Afinal, como contratar a pessoa certa para uma vaga?
Depois de aprender tantas dicas para melhorar o processo de recrutamento e seleção na sua empresa, fica uma última dúvida: como fazer a escolha certa?
Bom, em primeiro lugar, siga as orientações deste guia. Elas são suficientes para você montar um processo completo e eficiente. Em seguida, temos algumas dicas adicionais para você que precisa de ajuda para criar um processo do zero ou implementar mudanças mais significativas no processo atual. Confira.
Invista em conhecimento do negócio
O primeiro passo para fazer uma boa contratação é entender melhor sobre o que a sua empresa faz. Busque conhecer o mercado no qual ela está inserida e suas peculiaridades que a torna melhor que seus concorrentes.
São informações como essas que permitem que você compreenda melhor as necessidades de cada vaga e encontre os profissionais com os perfis mais adequados.
Aproxime-se dos gestores da empresa
Outro ponto de muita relevância é manter uma aproximação maior com os gestores da empresa. Tanto os líderes de área quanto os diretores e decisores mais importantes. Aproveite os conhecimentos que adquiriu sobre o negócio para se envolver mais em reuniões estratégicas e para mostrar que você pode contribuir de forma mais efetiva com os planos da organização.
Faça cursos e treinamentos
Acima de tudo, faça cursos e treinamentos sobre RH. Na Universidade Sólides, você encontra diversas certificações gratuitas para atualizar sua base de conhecimento e ganhar mais confiança em seu trabalho. Além de aprender sobre as melhores práticas do mercado, você ainda apresenta argumentos mais sólidos para debater com os líderes e gestores da empresa.
Agora que você já sabe tudo sobre como montar e manter um processo de recrutamento e seleção de qualidade, é hora de colocar todas essas dicas em prática. Reveja cada passo do seu processo atual, encontre pontos de melhoria e envolva os gestores na mudança. A sua empresa só tem a ganhar e você, como profissional de RH, mais ainda!
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